Sunday, January 27, 2008

(re)COMEÇO

feliz...

...pelos momentos...

que esqueci
pelos que vivo

pela vida
pelo que me dás...


adoro-te tanto que não imaginas...
como não imaginas TUDO o mais...

saberás!!!!

Friday, January 18, 2008

Doce Sofia …


Desculpa!!! Tive de o fazer... Já não aguentava mais este sufoco!!! Para ti, por ti... TU SABES!!!
Sofia




"Doce Sofia...

Recordo-te ainda assim entrando pela porta alta com aquela postura própria de bailarina, e lembro-me de me questionar sobre o interesse das aulas de Latim para ti! A verdade é que a tua presença me perturbara desde esse primeiro dia. E ficava suspenso em pensamentos depois das aulas. Parecias uma menina bem inteligente e determinada e eu continuava sem uma justificação para aquelas aulas de Latim. Dava por mim, em momentos sistemáticos, a recordar cada momento das aulas, e crescia em mim sempre uma ânsia para que o fim da tarde chegasse…
E então via-te sempre entrar com aquela doçura e ingenuidade que me inquietava. Perturbavas-me sem razões aparentes… mas aquele ar angelical, aquele jeito pueril!!! Tudo em ti me intrigava. E cada vez mais me sentia envolvido em algo que me assustava e me chamava veemente. Na pequena sala, vagueava atento a todos os traços do teu corpo, enquanto executavas cada exercício… e perspectivava idealmente a suavidade da tua pele ebúrnea. Lembro-me do teu ar desentendido quando percebias que te observava e parecia desejar-te. Eu mesmo evitava, mas cada vez que me chamava para uma nova explicação ou ajuda sentia aquela respiração suave, aquele aroma frutado que me envolvia e me presenteava com sinestesias e desejos. E baixavas a cabeça para atentar a explicação e eu admirava cada esboço do teu rosto… os olhos bem verdes que me prendiam o olhar e tantas vezes me desafiavam. Aquele nariz de toque perfeito, ligeiramente arrebitado denotando traços de uma personalidade forte, e os lábios finos, aveludados. E em cada gesto te denunciava aquilo que para mim mesmo eu escondia e evitava. Uma dessas tardes foi diferente… as tuas dúvidas sobre uma palavra propiciaram uma aproximação. Quando peguei no lápis para te mostrar, apercebi-me que te debruçaste mais sobre mim…e ligeiramente reclinada o teu busto evidenciava-se. Fiquei sem fôlego, e senti uma onda de calor chicotear-me o sangue precedendo um frio que me despertara não sei bem onde. E aí pude sentir a polpa dos teus dedos entrelaçando-se na minha mão… sem te olhar sequer, tremi e pensei que isso não podia acontecer. Mas sem obedecer-me, apertei-a contra os meus dedos e fechei-a com força no medo de te perder. Daí só me lembro de te arrastar pelo grande salão e puxar-te pelas escadas até às águas furtadas. Revejo ainda como antes de tudo lançaste um olhar ao espaço como a inspeccioná-lo. Sabia que para a MENINA que eras tudo teria de ser perfeito. Abriste as portadas e as brisas leves do verão esvoaçaram as cortinas que te envolviam e escondiam de mim…mas fustigado por um desejo animalesco lembro-me de te despir…cada peça caída no chão era um signo da nossa loucura. E embora soubesse que não devia, não controlava já nada em mim… deixava que todo o teu pudor se apoderasse de mim e perdia-me nas tuas inocências. Naquela loucura, contemplava cada parte do teu corpo a acariciar, e via, enquanto te tocava, um prazer desmedido que só me tornava mais louco. Apreciava cada momento do teu prazer e sentia-me enfeitiçado pela tua doçura. Recordo as tuas mãos apertarem os lençóis enquanto eu estava em ti, e no reclinar da cabeça via o sinal de um desespero de dor e prazer que expressar-se-ia com um gemido, que logo eu selei com um beijo. E sentia-te assim só minha. Beijava cada pedaço da tua pele para poder depois do pecado cometido, contemplar-te perfeita, angelical, pura, minha!! E enquanto adormecias num sono profundo eu ficava ali parado… extasiado! E perdia-me na beleza tua, vendo como o sol que penetrava as vidraças tentava a todo o custo dourar-te a pele clara. Queria-te sempre assim minha!!!
Cada dia prometia a mim mesmo que tinha que parar, mas esse sorriso, esses olhos que me suplicavam…E então no leito, fazia de ti minha… a cada dia me sentia mais sufocado pelo desejo, e castigado pela ideia que um dia acabaria… Doce Sofia… não podia conceber sequer que outros poderiam querer tocar-te como eu fazia. E em ímpetos de ciúme fazia-te minha uma e outra e outra vez. Cada suspiro, a pele suada que eu beijava e roçava despertava em mim uma impaciência, uma paixão. Pura luxúria. Queria-te sempre minha!!! Sentia-me cada vez mais subjugado a ti. E nos ecos daquele quarto perdia-me num transe quando te sentia em mim. E uma vez mais os teus suspiros… que me instigavam à paixão e me exigiam beijos, atenções e carícias. No teu prazer crescia o meu, e tu envolvida nesses perfumes de jasmim e lis resplandecias uma áurea que me asfixiava. Uma vez aconteceu à noite, recordas-te??? Como era teu costume abrias as portadas e todos os sussurros da natureza eram abafados pelo teu prazer. E a lua espreitava pelas varandas resquícios de um leito de pecado, os esquissos de paixão de uns amantes. E ali admirava o azul frio e mármore da tua pele de seda… e os caracóis do teu longo cabelo que pendiam sobre os teus seios. Eras perfeita e recordei cada momento dessa noite. Perdido nas loucuras do teu corpo que me tragava em abismos, sentia-te minha e quando te vi, nessa noite, soltar a expressão de um pecado concretizado, sobre ti me reclinei para sussurrar: amo-te Sofia!
Recordo a felicidade do teu olhar. Nessa noite, dormiste envolvida em mim. Como sempre dali em diante. Aquela palavra tinha sido a derradeira entrega! Assim sabia, que cada vez que te tornava minha esperavas aquela palavra mágica no fim. Cada vez mais minha. Só minha. Evitava pensar no que te estava a fazer sempre, pois bem sabia que não devíamos, não devia… teria que tudo acabar… mas era mais eu que estava preso a ti… e o ciúme enlouquecia-me… não queria que outros te desejassem, te olhassem e te tocassem. Mas eminente estava esse final. Outra noite veio, e enquanto entrava em ti, vi-me louco, extasiado… depois de ter beijado cada recanto de ti, de ter sentido o calor da tua pele na minha, e o pulsar da tua paixão que me exigia entrega total, debrucei-me para ti. Afastando com a mão os teus longos cabelos da face, vi-te uma vez mais entrando em transe, e os teus olhos suplicaram-me que de alguma forma abafasse esse prazer doentio, que nos sugava por segundos a alma, para depois te fazer cair sobre mim. Então, de olhos bem fechados senti-te envolta nos meus braços, beijei-te uma vez mais e sussurrei: amo-te Sofia!
Desesperei quando abri os olhos e vi que não era a minha Sofia!!! Havia-te imaginado em cada momento dessa noite em que fazia amor com a minha esposa, e acabei por revelar o nosso segredo…
Não era assim que queria que tivesse acontecido… perdoa-me!!! Mas mesmo hoje, mais longe de ti, continuas a ser a minha Sofia. E continuo a esperar o fim das tardes ou da noite para fazer amor contigo, ver-te minha enquanto os abismos me chamam. E SEMPRE, depois de te tocar, em palavras não pronunciadas sujeitas a castigo, sussurrar-te: amo-te Sofia! "